Portugueses são conservadores nas poupanças mas começam a arriscar mais
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Os depósitos das famílias portuguesas cresceram 55% em dez anos, atingindo no segundo trimestre do ano passado 235 mil milhões de euros. Este valor corresponde a 20,4% do total, enquanto a média da Zona Euro fica pelos 15%.
São números que para Marcelo Capitão, diretor da CORUM Investments Portugal, traçam o perfil dos portugueses no que diz respeito às poupanças, mas há alguns sinais de mudança. "Somos mais conservadores, mas por outro lado também estamos a arriscar mais, ou seja, existe mais acesso à informação, as pessoas conseguem ter acesso a outro tipo de produtos que não seja só um depósito a prazo, mas ainda não estão a arriscar tanto", afirma em entrevista ao programa do Negócios no NOW.
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"Costumo dizer que o maior risco que existe é não conhecermos aquilo que estamos a fazer. E se olharmos para outras classes de ativos, outros tipos de produtos, como ações, obrigações ou fundos de investimento imobiliários, basicamente temos que perceber qual é que é a estratégia e o que é que está por trás dessa estratégia e quais são os riscos que existem", aconselha.
Marcelo Capitão sublinha que se as pessoas conhecerem os riscos, acabam por estar mais protegidas do que ao investir apenas em depósitos a prazo, porque os depósitos a prazo "são apenas um investimento de curto prazo". "Acho que o principal foco nos investimentos e as poupanças dos portugueses será efetivamente o investimento no longo prazo com muita diversificação", acrescenta o diretor da CORUM Investments.
Fonte: Negócios